Na última sexta-feira (3), a Assembleia Legislativa de Pernambuco – ALEPE recebeu a 7ª audiência pública itinerante promovida pela Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal para debater o PLC 30/2015, que propõe a regulamentação da Terceirização. O senador Paulo Paim (PT/RS) presidiu a mesa do encontro que contou com a presença da deputada Luciana Santos, e de centenas de pessoas na plenária, entre militantes, representantes de sindicatos, associações e uniões estudantis.
A audiência se estendeu por todo o período da tarde e diversos representantes de movimentos sociais puderam se posicionar sobre o PLC 30/2015 e o atual momento político brasileiro com a volta de agendas conservadoras ao centro dos debates. Para o senador Paulo Paim o projeto não passa no Senado Federal, ele ainda confirmou que já conversou com os senadores por Pernambuco sobre o veto: “ O Humberto Costa disse que iria votar contra o PL, como também o senador Fernando Bezerra Coelho e o senador Douglas Cintra. Ou seja, é possível que a gente consiga a unanimidade dos três senadores pernambucanos”, enfatizou.
Paulo Paim, que se mostrou surpreso com a grande participação da juventude na audiência do Recife, também comentou a importância de contar com o apoio da presidente do PCdoB, e deputada federal, Luciana Santos. “A deputada (Luciana Santos) esteve comigo lá no Senado e conversamos bastante sobre o projeto e de como podemos garantir a maioria”.
A presidente do PCdoB lembrou que o debate da terceirização não é algo novo na Câmara dos Deputados, e que a batalha contra a regulamentação que, segundo ela, retira direitos dos trabalhadores ainda não terminou. “Nós temos chances de ganhar no Senado por que houve uma reação importante do movimento sindical e isso repercutiu na Câmara. Estamos falando de medidas que foram consideradas avanços há 72 anos atrás, ou seja, estamos voltando no tempo”, ressaltou Luciana Santos.
Para ela, está em cheque também o enfraquecimento da economia nacional. “Para além dos direitos dos trabalhadores, estamos também falando de um retrocesso econômico. Por que se a gente diz que um dos gargalos do Brasil é a competitividade e a capacidade de se inserir nas cadeias mais dinâmicas da economia que agregam valor, e que precisam de inovação tecnológica, então como fazer isso terceirizando as atividades fim? Você vai acabar precarizando a qualidade do trabalho, e correr o risco de rebaixar o papel da nossa economia. É preciso que a sociedade brasileira entenda o que está em jogo nesse projeto.”, reforçou Luciana Santos.
O encontro finalizou com uma conversa gravada para a TV Senado, ainda na Alepe, sobre a audiência de Recife.