Nesta quinta-feira (11), o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural se reúne em Brasília para analisar as propostas de registro e tombamento de mais três bens culturais brasileiros. Foram apreciados e inscritos o saber e habilidade de mulheres das comunidades ribeirinhas do Baixo Amazonas na confecção artesanal de cuias; a arte e a beleza do parque Campo de Santana, no Rio de Janeiro e o trabalho de paisagismo de seis jardins de Burle Marx, no Recife (PE).
A caminho do congresso nacional do Partido dos Trabalhadores, na Bahia, onde levará a saudação do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), do qual é presidenta, a deputada Luciana enviou mensagem à reunião. Ao longo dos últimos anos a pernambucana acompanhou o trâmite do processo junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Burle Marx é um grande artista que com o seu trabalho imprimiu uma característica única ao nosso paisagismo, combinando a arte contemporânea e as espécies nativas do nosso país. É justo que seu trabalho seja incorporado e reconhecido como patrimônio cultural brasileiro”, opina.
Foram apreciados os jardins das Praças Euclides da Cunha, do Derby, da República e Jardim do Campo das Princesas, Ministro Salgado Filho, Faria Neves e de Casa Forte — o primeiro projeto de jardim público de Burle Marx, datado de 1935. “Os jardins são elementos vivos, então eles se transformam no tempo, mas ele tem uma essência que está na linguagem do artista que vai estar preservada no tombamento. Além disso, é importante cuidar para que o entorno destes jardins não contribua para danificá-los, afirmou Jurema Machado, presidenta do Iphan.
De acordo com a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, Cida Pedrosa, que acompanhou a reunião, essa decisão é importante porque, entre outros aspectos, o tombamento garante a proteção e a manutenção da forma e da paisagem dos jardins. “Quando esses jardins foram projetados Burle Marx era muito jovem, então esses jardins têm a forma definida pela sua concepção paisagística na juventude, então é também o registro histórico e artístico desse fase do artista”, reforça a secretária.
Cida Pedrosa informou, ainda, que o Sistema Municipal de Unidades Protegidas, mantido pela prefeitura da capital pernambucana, planeja anunciar o tombamento em âmbito municipal de outros 16 jardins de Burle Marx, no próximo mês de agosto, durante a Semana Burle Marx.
Instituída pela Lei Municipal nº 17.571/2009, de iniciativa do então vereador Luciano Siqueira, a Semana Burle Max é festejada em agosto de cada ano, como forma de divulgar o patrimônio histórico-cultural deixado pelo paisagista na cidade. Ao todo, há no município mais de 40 jardins, entre públicos e privados, projetados por ele e reconhecidos mundialmente como um legado.
O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 23 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios – Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.
De Brasília;
Ana Cristina Santos