É com pesar e profunda tristeza, e em nome da Bancada do PCdoB, que registro a morte de nosso companheiro Sérgio Miranda, que nos deixou nessa segunda-feira aos 65 anos após uma guerra contra um câncer de pâncreas.
A morte de Sérgio Miranda representa uma grande perda não somente para o Partido Comunista do Brasil, onde militou desde muito jovem, mas para todos que com ele lutaram por um Brasil justo e democrático.
Em todos esses anos de militância política, Sérgio Miranda despertou sentimentos de amizade e respeito de seus colegas, de seus companheiros.
Homem sensível, cativava a todos com sua alegria de viver e simplicidade, com sua postura colaborativa e também combativa, e seu profundo conhecimento teórico que deram a ele a capacidade de pensar políticas que traduzissem a luta por nossos ideais socialistas.
A democracia deve muito a ele. Em toda a sua vida ele perseguiu a conquista de uma Nação livre, democrática, socialmente justa e com direitos assegurados a cidadãos e trabalhadores.
Militante do PCdoB por 43 anos, Sérgio Miranda saiu de Belém, onde nasceu, e foi estudar matemática na Universidade Federal do Ceará. A ditadura cassou momentaneamente o seu sonho de ser professor. O governo militar o expulsou da universidade em 1969.
Incansável, Sérgio não se curvou à ditadura.
No seu caminho de resistência, percorreu nosso país de norte a sul construindo o PCdoB. Fixou-se em Minas Gerais, onde se radicou no início dos anos 1980, atuando como dirigente partidário. Iniciou sua vida parlamentar como vereador em Belo Horizonte, em 1988.
Chegou à Câmara dos Deputados em 1993, com a renúncia do vice-prefeito eleito de Belo Horizonte, Célio de Castro, do PSB, partido com o qual o PCdoB se coligara.
Na Câmara, tornou-se uma referência nas áreas de orçamento, previdência, direitos sociais e trabalhistas. Seu gabinete tinha sempre a porta aberta aos movimentos populares.
Participou de momentos importantes nessa Casa, na Comissão do Orçamento e nas comissões de investigação, como a CPMI do Orçamento, que apurou em 1993 desvios de dinheiro público por meio de emendas ao Orçamento Geral da União, caso conhecido como Anões do Orçamento, e na CPI das Fraudes do INSS.
Como líder de nossa bancada na Câmara, em 1996 e em 2000, teve papel ímpar na luta aguerrida contra o projeto neoliberal e a onda conservadora de privatizações e ataques à soberania nacional.
Sempre se manteve o firme propósito da concretização dos ideais socialistas e pelos direitos dos trabalhadores.
Depois de 43 anos de militância comunista, Sérgio Miranda seguiu novo rumo, filiando-se ao PDT em 2005, presidindo a seção mineira trabalhista e, mais recentemente, a Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini.
Sérgio Miranda com sua trajetória de vida deixou um legado importante para as novas gerações e para que continuemos lutando pelos nossos ideais socialistas.
A ele que parte, toda a nossa saudade. À sua companheira Cristina, aos irmãos, sobrinhos e a toda a família, nossa amizade e solidariedade.
Sérgio estará sempre presente entre nós.
Obrigada.