Olinda: Museu do Mamulengo tem nova diretoria

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Posse do novo diretor do Museu do Mamulengo. Foto: Sidney Mamede

No último dia 4 de fevereiro o artista plástico Fernando Augusto tomou posse como diretor do Museu do Mamulengo, em Olinda. O Museu é um dos espaços mais visitados da cidade patrimônio.  O Museu do Mamulengo – Espaço Tiridá, é o primeiro do gênero no Brasil e na América Latina e recentemente completou 20 anos de existência. Todas as peças do museu estão fotografas e catalogadas além de publicadas em três grandes volumes; trabalho realizado pela artista plástica Tereza Costa Rêgo, então diretora do museu.

De Brasília a deputada Luciana enviou uma mensagem ao novo diretor.  “Em meio a debates sobre Reforma Política, Acesso à Biodiversidade e tantos outros temas complexos aqui na Câmara dos Deputados, me presenteio com alguns momentos para pensar em um assunto que me traz tanta alegria: tua posse no Museu do Mamulengo.  A arte, a cultura e as mais caras expressões de trabalho do povo pernambucano estão a 20 anos guardados nesta casa, que pode ser considerada um templo das nossas tradições. Esse riquíssimo patrimônio certamente estará em boas mãos sob seus cuidados”, escreveu.

“Permita-me ainda enviar um grande abraço e os parabéns a querida Tereza Costa Rego que se despede desta direção deixando um valioso legado. Receba meu melhor abraço, acompanhado do desejo de muito sucesso no trabalho com esse acervo cultural inestimável de Pernambuco e do Brasil”, estimou Luciana.

De Brasília;
Ana Cristina Santos

Saiba mais sobre o Museu do Mamulengo nesta matéria publicada pelo portal G1 no último mês de dezembro:

Há 20 anos, Museu do Mamulengo de Olinda preserva tradição nordestina
Acervo do local conta com 1.200 bonecos.
Marina Barbosa  Do G1 PE

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Com espetáculos cada vez mais raros, mamulengos são cuidados pelo museu (Foto: Marina Barbosa / G1)

Todo nordestino que se preze já desviou de suas andanças para assistir a uma apresentação de mamulengos. Os causos encenados pelos fantoches regionais arrancam risos de crianças e adultos e, por anos, foram uma das principais atrações das festas populares brasileiras. A tradição criada na época da colonização portuguesa, no entanto, vem perdendo forças com o passar do tempo. Com apresentações cada vez mais raras, mestres mamulengueiros tentam preservar a brincadeira no interior de Pernambuco. No litoral do estado, o Museu do Mamulengo de Olinda é o responsável por resguardar a tradição. Fechado há um mês, o museu reabre nesta sexta-feira (19) com novas peças para comemorar 20 anos de existência.

No sobrado de paredes amarelas que ocupa o número 344 da Rua de São Bento, próximo ao Mercado da Ribeira, na parte alta de Olinda, o museu volta a funcionar às 11h. Cerca de 400 mamulengos estão expostos nas salas do prédio, que, por serem pequenas, não comportam as 1.200 peças do acervo ao mesmo tempo. Por isso, são fechadas a cada três meses para dar espaço a novos bonecos e, desta vez, trazem produções inéditas de alguns dos mais importantes mamulengueiros pernambucanos. São bonecos assinados por mestres como Tonho, Zé Lopes, Boca Rica, Saúba e Zé Divina. Eles estavam nas mãos da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e chegaram a Olinda há poucos meses. No total, o acervo ganhou 500 novas peças, que serão expostas gradativamente.

Os novos itens ficam ao lado de peças já tradicionais em salas temáticas que buscam retratar os assuntos preferidos dos mamulengueiros. Cenas e personagens típicos do cotidiano nordestino são, de longe, o foco da tradição. O cangaço, por exemplo, é presença carimbada no museu, que agora também retrata um casamento do interior e a dança dos caboclinhos. Ainda há uma sala inteiramente dedicada ao Mestre Salustiano. Natural de Aliança, na Zona da Mata Norte, o mestre é conhecido por ser um grande tocador de rabeca, entretanto, também é um exímio mamulengueiro.

História

Segundo a professora Isabel Concessa, não há registros oficiais de quando os mamulengos foram criados, mas é certo que eles existem há pelo menos 300 anos. “Não há registro dessas manifestações porque não se preocupavam em arquivar a produção cultural das classes menos favorecidas, já que elas não eram consideradas um segmento social importante”, explica. A teoria mais aceita é que a brincadeira foi trazida para o Brasil no século 16 pelos padres franciscanos, que viram no teatro de bonecos europeu uma forma de ensinar o evangelho de forma didática aos índios. No início, os fantoches eram utilizados em presépios ao final das missas. Com o tempo, caíram no gosto popular, se espalharam e ganharam contornos próprios.

É assim que a história é contada aos visitantes do museu por Mara Ferreira, 53. Desde a fundação do instituto, em 1944, ela trabalha no local. Hoje, é uma das maiores entusiastas dos mamulengos. “Os brasileiros não tinham nenhuma opção de divertimento e adoraram aquilo. Por isso, se interessaram em fazer seus próprios bonecos e levá-los para os engenhos”, conta, lamentando a substituição do teatro de bonecos por outros tipos de entretenimento com o passar do tempo. “É por isso que trabalhamos para guardar a história dos mamulengos. E quando as pessoas vêm aqui ficam loucas, principalmente os turistas”, garante. A história termina com a origem do nome mamulengo. Veio de “mão molenga”, uma referência ao movimento feito pelos artesãos para movimentar os bonecos.

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