Brasília amanheceu ensolarada. O céu de um azul sem nuvens parece pintado especialmente para receber as milhares de mulheres que vêm à capital federal para apresentar uma pauta de reivindicações que “atenda às necessidades das mulheres que vivem e trabalham no campo e se contrapor ao conservadorismo político atual, que pode levar ao retrocesso das conquistas históricas dos trabalhadores brasileiros”, nestes 11 e 12 de agosto, na 5ª Marcha das Margaridas.
“Essa é uma das mais belas manifestações que chegam à Esplanada dos Ministérios todos os anos. Nesse momento da nossa vida política se torna ainda mais importante que milhares de mulheres venham à Brasília para dizer que o Brasil precisa olhar mais para as mulheres que vivem e trabalham no campo; mas principalmente para dizer que o conservadorismo político e a ofensiva raivosa contra a presidenta Dilma não passarão!”, opinou a deputada Luciana.
De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)— organizadora do movimento ao lado de onze entidades parceiras incluindo a União Brasileira de Mulheres (UBM) e centrais sindicais como CUT e CTB — 70 mil mulheres de 27 estados participarão da Marcha em 2015. Entre os pontos principais da pauta, estão o fim da violência contra a mulher e o combate ao uso de agrotóxicos.
‘Seguimos lutando para fazer o Brasil avançar no combate à pobreza, no enfrentamento à violência contra as mulheres, na defesa da soberania alimentar e nutricional e na construção de uma sociedade sem preconceitos de gênero, de cor, de raça e de etnia, sem homofobia e sem intolerância religiosa”, diz Alessandra Lunas, secretária de Mulheres Rurais da Contag, no texto de apresentação do caderno de debates.
Para Maria das Neves, diretora da União da Juventude Socialista e da União Brasileira de Mulheres, “Essas mulheres sabem que fruto de tantas marchas, de tanta luta, a vida no campo mudou. Está mudando! E elas querem e irão ver a primeira Mulher Presidenta do Brasil, para cobrar mais avanços, mas para dizer que ela pode contar com essa força que emana das mulheres do campo, da floresta e das águas!”
As atividades terão início na tarde desta terça-feira (11), no estádio Mané Garrincha, com conferências e painéis temáticos. Às 19h haverá a abertura oficial da Marcha onde está prevista a participação do ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva. Na quarta-feira (12) as “margaridas” tomam à Esplanada do Ministério durante toda a manhã. À tarde esperam ser recebidas em ato com a presidenta Dilma Rousseff.
De Brasília;
Ana Cristina Santos
Acesse também:
Caderno de Textos para Estudos: http://goo.gl/Tz3OkG
Manifesto da Marcha: http://goo.gl/gLn1Ye