O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva defendeu, durante palestra no 4º Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais na sexta-feira (16), que é preciso garantir a neutralidade e a veracidade de informações nas concessões públicas de comunicação e que a internet precisa ser melhor compreendida e utilizada para assegurar a diversidade de ideias e opiniões.
O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva defendeu, durante palestra no 4º Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais na sexta-feira (16), que é preciso garantir a neutralidade e a veracidade de informações nas concessões públicas de comunicação e que a internet precisa ser melhor compreendida e utilizada para assegurar a diversidade de ideias e opiniões.
Ele ilustrou avanços na regulamentação da comunicação com exemplos da Inglaterra, Estados Unidos e França, além de Argentina, Equador e Uruguai. Disse que a necessidade de fiscalizar a atuação dos meios de comunicação e construir mecanismos que promovam a pluralidade e a diversidade na mídia é um consenso em praticamente todas as sociedades democráticas e vai além da polarização entre esquerda e direita. Para Lula o Brasil está atrasado neste debate.
A oportunidade serviu para que o ex-presidente falasse também sobre a situação econômica e política do país e propusesse algumas comparações entre os governos anteriores e os governos do Partido dos Trabalhadores (PT). Falou que não aceita a tese defendida por alguns setores de que para controlar a inflação é preciso permitir o aumento do desemprego porque sabe o que significa o desemprego na vida de uma pessoa. “Qual é o país do mundo que está melhor do que o Brasil?”, questionou. “Eles jogaram fora 62 milhões de postos de trabalho, o Brasil criou 10 milhões de postos de trabalho. A nossa inflação está controlada, dentro da meta. Os tucanos querem desemprego, nós não”, completou.
Lula lembrou aos blogueiros que analisar e discutir a negação da política é fundamental para garantir a democracia e que a tentativa de desacreditar as instituições e os governos não podem trazer bons resultados, se referindo às ditaduras militares e aos regimes fascistas e nazista. Também sugeriu que se pensasse sobre a criação de novas universidades – foram 18 em 11 anos de governo — e o impacto social dessa medida.
“É óbvio que precisamos aprofundar as transformações”, pondera. “O pobre da periferia que se formou na universidade não deve nos agradecer, o agradecimento deste estudante foi sua própria formação. Agora, formado, informado e instruído, ele tem de querer mais – e nós temos que discutir política, nunca negá-la. Sabemos muito bem ao que leva a negação da política: Hitler, Mussolini e as ditaduras na América Latina são alguns exemplos”.
Por fim, falou sobre seu orgulho em trazer a Copa do Mundo e as Olimpíadas para o Brasil. Ele disse que as conquistas trouxeram a sensação de que o país estava preparado para conquistar qualquer evento, “até mesmo as olimpíadas de inverno”, brincou e recebeu outra brincadeira da platéia: “é só esfriar mais um pouquinho em Garanhuns”.
Lula disse que a Copa será uma ótima oportunidade de mostrar o Brasil como ele é, sua miscigenação cultural e a hospitalidade do povo brasileiro, qualidades principais do nosso país. Também defendeu que os problemas sociais não devem ser escondidos, ao contrário, devem ser percebidos como parte do contexto brasileiro e olhados com a atenção necessária para que sejam resolvidos.
O ex-presidente encerrou a palestra dizendo que sua militância pela regulamentação da comunicação brasileira segue em um processo crescente e que está convencido da necessidade estratégica de garantir a democratização da comunicação. “Hoje tenho mais consciência da necessidade de regulação do que ontem, e espero que amanhã tenha mais ainda, porque é essa consciência que garante a nossa força e nossa vontade para enfrentar essa luta”.
De São Paulo;
Ana Cristina Santos