Luciana Santos discursa na sessão solene em homenagem a Eduardo Campos e Pedro Valadares

A Câmara dos Deputados realizou sessão solene em homenagem póstuma aos ex-deputados Eduardo Campos e Pedro Valadares, na tarde de ontem (2). A homenagem ocorreu após morte dos ex-parlamentares no trágico acidente aéreo no dia 13 de agosto, na cidade de Santos (SP).

Leia abaixo a íntegra do discurso da deputada Luciana Santos:

Sr. Presidente Henrique Alves, minha querida amiga Renata Campos, Rodrigo Valadares, nossa querida Ministra Ana Arraes e nosso Governador João Lyra Neto, saúdo também o Presidente Nacional do PSB, Roberto Amaral, e agradeço à nossa Líder, Deputada Jandira Feghali, a oportunidade de falar, em nome do PCdoB, nesta homenagem aos Ex-Deputados Pedro Valadares e Eduardo Campos.

Para mim, era impensável imaginar que um dia falaria em uma sessão com esse caráter, e lhes digo que não é sem uma grande e tristeza e pesar que faço este pronunciamento. Eduardo Campos era um homem raro, raro em sua vida pessoal: bom pai e um bom filho.

Sobre Renata, ele sempre dizia que era uma mulher de fibra. Para além da afetividade e o amor que sempre lhe dedicou, ele tinha também uma atitude rara na relação entre homens e mulheres: o respeito às opiniões de Renata.

Raro no trato com os amigos, raro na competência, raro no carisma, raro na política, sua grande capacidade de elaboração e gestão foi reconhecida pelo Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando o convidou para assumir uma pasta de tamanha importância, o Ministério da Ciência e Tecnologia. O trabalho em conjunto se mostraria, mais uma vez, bem-sucedido, quando Eduardo assumiu o Governo de Pernambuco, conduzindo o Estado a um dos períodos de maior desenvolvimento e crescimento da sua história.

A afinidade de pensamento com o PCdoB vem das convicções de que este mundo tem jeito e de que outro mundo é possível. A afirmação dos interesses nacionais, acima de tudo. A afirmação desses interesses com o desenvolvimento e a inclusão para além das afinidades de pensamento, de perspectiva, na confiança da construção do socialismo.

Nós temos, e toda a bancada do partido, cada um aqui tem uma história para contar: Jandira Feghali, Manuela d’Ávila, Luiz Fernandes, meu querido ex-Ministro Sérgio Rezende, que agora estou vendo aqui na plenária. Cada um de nós tem uma história de confiança, de parceria, de cumplicidade, porque Eduardo era um daqueles com quem, nos momentos de maior dificuldade, na crise política, nós podíamos contar. Isso foi nas crises do Congresso, isso foi nas crises do Governo. E em nenhum momento Eduardo vacilou em se colocar à frente daqueles desafios e à frente daqueles momentos difíceis. E isso que nos fez, cada vez mais, crescer na confiança, na relação e nessa construção histórica de adversidades e de perspectivas.

Por isso é lamentável a sua partida de forma tão trágica e tão precoce. Mas ficarão em nossa lembrança, sempre, todas as boas lembranças e as características marcantes que fizeram dele uma pessoa tão especial.

Gostaria de lembrar dele, no âmbito da política, mais uma vez, com uma frase de Barbosa Lima Sobrinho de que ele gostava muito: “No Brasil, existem dois partidos: o de Tiradentes e o de Silvério dos Reis. Eu pertenço ao primeiro”.

Sr. Presidente, embora esta homenagem seja aos dois ex-Deputados, gostaria de deixar aqui o meu abraço mais especial à família das outras vítimas do trágico acidente que levou Valadares e Eduardo: Carlos Percol, Marcelo Lyra e Alexandre Severo, mais que profissionais respeitados que desfrutavam da total confiança de Eduardo, eram amigos e companheiros queridos. Gostaria de dizer às suas famílias que eles serão sempre lembrados com amizade, carinho e respeito.

Quero ainda lembrar a Maria Eduarda, a João, a Pedro e a Zé uma poesia de que ele gostava muito de falar para vocês, que é assim:

“Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar, porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.

 Cora Coralina” 

Um beijo para vocês. Firmes na luta! 
Deputada Federal Luciana Santos (PCdoB-PE)

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