Representantes da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio) e da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) pediram na terça-feira (15) apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros, para estimular a produção dos combustíveis renováveis. A reunião foi articulada pela deputada Luciana Santos, presidente nacional do PCdoB.
“Foi um encontro interessante porque precisamos debater uma agenda para o país. Num momento de crise econômica quem tem verdadeiro empenho em defender o interesse nacional precisa apresentar proposições e nesse sentido nós reunimos com o presidente Renan essas duas grandes associações que representam os produtores de biodiesel no Brasil”, explicou Luciana.
Os produtores declararam apoio à Agenda Brasil, conjunto de propostas do Legislativo para a retomada do crescimento. “É uma proposta extremamente positiva que está totalmente inserida na plataforma da Agenda Brasil. Porque ele [Renan Calheiros] trata, na Agenda Brasil, de tecnologia, de fortalecimento do processo industrial nacional e de energias renováveis”, disse Donizete Tokarski, diretor-superintendente da Ubrabio.
Eles também defenderam o aumento progressivo da mistura de biodiesel no diesel, atualmente em 7% (B7), e pedem a ampliação, a cada ano, da porcentagem para 8%, 9% e 10%. Segundo os representantes do setor, a indústria já está preparada, em função de ter cerca de 40% de capacidade ociosa.
“Hoje temos aproximadamente 56 indústrias com capacidade autorizada de produção de 7,5 bilhões de litros. Pela demanda, em função da obrigatoriedade de B7, isso atinge, em 2015, 4 bilhões de litros. Então temos 3,5 bilhões de litros ociosos”, explicou Tokarski.
A Ubrabio também propõe o uso autorizativo de misturas superiores à obrigatória. Ele sugere o B20 Metropolitano para uso no transporte público das cidades com mais de 500 mil habitantes e o B Agro (30% de biodiesel) para tratores e máquinas agrícolas.
Para Luciana é necessário um conjunto de políticas públicas que possam aproveitar o potencial do setor e valorizar biodegradável em um combustível que tenha, de fato, um impacto ambiental menor e que ajude a economia nacional. “A cadeia da agricultura precisa ser incluída naquilo que a gente acredita que é um dos maiores desafios do Brasil que é a inserção nas cadeias mais dinâmicas da economia, aquelas que agregam mais valor. Com isso estamos enfrentando um problema macroeconômico e ao mesmo tempo desenvolvendo a proteção ao meio ambiente que é tão cara e tão importante para uma política de sustentabilidade brasileira”.
Renan Calheiros sugeriu que todas as propostas sobre o biodiesel sejam encaminhadas à Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional, criada para tratar da Agenda Brasil, para que sejam analisadas e tenham uma resposta rápida.
“Esse foi um encontro muito produtivo e que nós pretendemos dar sequência na perspectiva de fortalecer uma cadeia produtiva estratégica que é a constituição de uma matriz energética diversificada para o país”, concluiu Luciana.
Também participaram da reunião o senador Donizeti Nogueira (PT-TO), o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros. e o vice-presidente de Assuntos Tributários da Ubrabio, Irineu Boff.
De Brasília;
Ana Cristina Santos
Com Assessoria de Imprensa da Presidência do Senado
Foto: Jane Araújo