Sr. Presidente, quero aqui registrar, no dia de hoje, que 2013 é o ano do centenário do jornalista, autor e poeta Hiram de Lima Pereira. Gostaria de registrar aqui a minha homenagem ao homem simples, alegre e solidário que foi mais uma vítima da barbárie instalada pela ditadura militar no nosso País.
Hiram conheceu o Partido Comunista quando, por acaso, foi preso e levado para a Casa de Detenção do Rio de Janeiro, em 1937. Seu companheiro de quarto era membro do partido, fato que ele desconhecia.
Na prisão, injusta, recebeu as primeira lições de marxismo, a partir da convivência com as grandes lideranças do movimento de 1935, na ditadura Vargas.
Essa história, Sr. Presidente, está sendo resgatada no documentário Lua Nova do Penar, que foi lançado ontem no auditório do Ministério da Justiça. Esta homenagem ainda é pequena, diante da sua contribuição e da sua dedicação à causa da liberdade e da democracia.
E parabéns aos agentes comunitários de saúde! Muito obrigada.
PRONUNCIAMENTO PARA DAR COMO LIDO
Senhor Presidente;
2013 é o ano do centenário do jornalista, ator e poeta Hiram de Lima Pereira. Gostaria de registrar aqui minha homenagem ao homem simples, alegre e solidário que foi mais uma vítima da barbárie instalada pela ditadura militar no nosso país.
Hiram conheceu o Partido Comunista quando, por acaso, foi preso e levado para a Casa de Detenção do Rio de Janeiro em 1937 — Seu companheiro de quarto era membro do Partido, fato que ele desconhecia. Na prisão injusta recebeu as primeiras lições de marxismo, a partir da convivência com as grandes lideranças do movimento de 1935, na ditadura Vargas.
Em 1949, já no Recife, assumiu a gerência do Jornal Folha do Povo, órgão oficial do Partido Comunista do Brasil. Quando Miguel Arraes foi eleito prefeito do Recife, em 1959, ele assumiu a Secretaria de Administração. Ao mesmo tempo manteve a atuação no teatro. Uniu-se a Ariano Suassuna, Leda Alves e Hermilo Borba filho quando foi fundado o Teatro Popular do Nordeste (TPN), em 1960.
No dia 09 de janeiro de 1975, depois de 10 anos de clandestinidade em São Paulo, Hiram não apareceu ao “ponto” marcado com a esposa Célia. Na época Hiram era membro do Comitê Central e uma pessoa chave para a veiculação da Voz Operária, órgão nacional do partido.
Depois do seu desaparecimento suas filhas só voltaram a ter notícias suas por meio de um terrível depoimento do sargento Marivaldo, publicado pela revista Veja, em 1998, onde ele conta que fim a repressão dava aos que caíam em suas mãos. São detalhes de torturas, de esquartejamento, de “desova”.
Essa história, senhor presidente, está sendo resgatada em um documentário “Lua nova do penar”, de Leila Jinkings e Sidney Pires, que foi lançado ontem, dia 10/12, no auditório do Ministério da Justiça. Assim, quero parabenizar a iniciativa dos diretores em fazer justiça à memória de Hiram de Lima Pereira e deixar aqui minha reverência e profundo respeito por esse brasileiro, sabendo que essa homenagem é pequena diante da sua contribuição e da sua dedicação á causa da liberdade e da democracia.
Era o que tinha a dizer. Obrigada.