A deputada Luciana registrou na tarde desta terça-feira (19), no plenário da Câmara dos Deputados homenagem à Selma do Coco, ícone da cultura pernambucana, falecida no sábado (9), em Recife. “Gostaria de fazer uma homenagem especial a uma artista pernambucana e olindense responsável por repercutir e difundir o coco como sendo uma tradição genuína da nossa cultura!”, explicou.
“No último dia 9 de maio, a cultura brasileira perdeu uma de suas estrelas. Faleceu, em Recife, dona Selma do Coco; ícone da nossa cultura popular. Dona de um grande carisma, Selma contribuiu grandemente para a consolidação do coco como referência de identidade e de representação desse grupo tão rico que é o do coco de roda em Pernambuco, e mais especificamente, em Olinda”, disse a deputada.
Leia o pronunciamento completo:
Senhor Presidente;
No último dia 9 de maio, a cultura brasileira perdeu uma de suas estrelas. Faleceu, em Recife, dona Selma do Coco; ícone da nossa cultura popular. Dona de um grande carisma, Selma contribuiu grandemente para a consolidação do coco como referência de identidade e de representação desse grupo tão rico que é o do coco de roda em Pernambuco, e mais especificamente, em Olinda. Sua voz forte e seu estilo único saíram do quintal de sua casa, em Guadalupe, e ganharam os palcos do Brasil. Selma foi a embaixadora do coco, abriu portas e garantiu visibilidade para muitos outros talentos do gênero.
Em 2008 Selma foi agraciada com o título de Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco. Selma Ferreira da Silva, pernambucana de Vitória do Santo Antão, nasceu em 1929 e teve uma vida de luta e trabalho. Teve três filhos e criou mais catorze sobrinhos, todos considerados filhos, e diversos netos e bisnetos. Selma ficou viúva cedo, aos trinta anos, e foi então que mudou-se para Olinda. Começou a trabalhar vendendo tapioca, e, nos seus horários de folga, promovia rodas de coco em seu quintal.
Dona Selma do Coco se tornou conhecida do grande público nos anos 90, durante o movimento Manguebeat e após uma apresentação no Festival Abril pro Rock, em 1996. Em 1999, ganhou o Prêmio Sharp pelo disco “Minha História”. Nos anos seguintes, apresentou-se no Festival Lincoln Center, em Nova York, e no Festival de Jazz de Nova Orleans, além de fazer shows na Alemanha, França, Bélgica, Espanha, Suíça e Portugal, tornando-se em vida, um dos Patrimônios Vivos do Estado de Pernambuco.
Uma mulher guerreira e de fibra. Uma estrela de primeira grandeza. Uma artista que amava sua música e sua cultura. Com a lembrança de alegria e de sua risada franca gostaria de registrar, senhor presidente, aqui essa última homenagem à nossa Rainha do Coco. Sua alegria, sua música e seu amor pela nossa cultura seguirão conosco. Selma, Rainha do Coco, viverá para sempre!
Foto: Ricardo Fernandes/DAPress