Em ato do 1º de Maio, Luciana denuncia conluios, sexismo e golpe

Sob muita chuva, cerca de 15 mil pessoas atenderam ao chamado da democracia e lotaram as ruas centrais do Recife na manhã deste domingo. A Marcha pela Democracia convocada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo marcou o 1º de Maio, Dia do Trabalho, em Pernambuco. Partidos políticos, como o PCdoB, centrais sindicais, movimentos sociais, trabalhadores e ocupantes do acampamento instalado na Praça do Derby caminharam até o Marco Zero onde aconteceram os principais discursos.

Presente à manifestação, a deputada federal e presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, destacou o 1º de Maio como “o dia internacional de luta para reafirmar os direitos, as conquistas, e mais do que isso o interesse do país, o interesse do povo brasileiro. E é por isso que o 1º de Maio em Pernambuco para além da luta por direitos, para além da luta do ajuste do salário mínimo está a ameaçada que nós podemos sofrer neste momento tão grave da história política do país, os trabalhadores e trabalhadoras vieram dizer em alto e bom som, no 1º de Maio, não ao golpe, viva a democracia!”

Luciana também lembrou o resultado da “batalha” do dia 17 de abril, na Câmara dos Deputados, quando foi aceita a admissibilidade do pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. “É preciso que se diga que nós vamos vencer a guerra. Nós vamos ter ainda no dia 11 de maio, no Senado Federal, a necessidade de ter maioria simples. Mas, talvez a maioria simples não seja factível, mas, mesmo assim, ainda é possível garanti-la”, afirmou.

Ela também denunciou o “conluio Temer-Cunha em nosso país junto com setores importantes do Poder Judiciário associado à grande mídia golpista. Nós precisamos denunciar que, como diz Patativa do Assaré, todas as vezes que o Brasil de baixo tentou subir no Brasil de cima o Brasil de cima não aceitou. O que eles não se conformam é que o filho do pedreiro, que as Jéssicas, filhas das empregadas domésticas, tenham acesso às universidades, a programas sociais que os inclua no mercado de trabalho, a redução das desigualdades regionais e outras conquistas que só foram possíveis graças à vontade política do então presidente Lula e continuados pela presidenta Dilma”, destacou Luciana.

A dirigente comunista denunciou ainda o sexismo praticado em relação à presidenta. “Eu duvido que, se Dilma fosse homem, nós teríamos o achincalhe, o desrespeito contra uma mulher, uma mulher séria, uma mulher vítima da ditadura militar. É por isso que Pernambuco vai dizer em alto e bom som até o dia em que nós vamos barrar o golpe que nós somos madeira que cupim não rói”.  Paralelamente à manifestação aconteceu a Festa da Lavadeira, que completou 30 anos de realização este ano. Grupos de afoxé e maracatu e bonecos gigantes deram o tom festivo à passeata.

Luta continua

A mobilização das forças progressistas de Pernambuco contra o golpe e pela democracia continua. Nesta segunda-feira, artistas e poetas promovem o Sarau pela Democracia, no acampamento montado na Praça do Derby. O recital começa às 19h. Segundo o presidente da CUT-PE, Carlos Veras, está prevista paralisação geral em todo o país no próximo dia 10 de maio.

Audicéa Rodrigues
Do Recife

Para o portal Vermelho